quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Maturidade não tem Idade

Por Luciana Stein – revista Vida Simples

O professor de cinema Waldemar Lima, 74 anos, diz que já alcançou a maturidade, sim. E faz tempo, quando ia pela casa dos 30 anos e estava formando sua família. De lá para cá, muita coisa aconteceu com ele, é claro. Pessoas queridas vieram e foram, projetos brotaram e murcharam, escolhas foram feitas. Mas hoje, mais de 40 anos depois, Waldemar afirma que já não se considera maduro. “Eu tenho um acervo maior de conhecimento, mas ele não corresponde a um grau maior de maturidade”. Curiosa com sua história, consulto o dicionário e fico ainda mais confusa. O livrão me conta que maturidade é sinônimo de perfeição, primor. Ou seja, o que Waldemar me diz é que eleja foi perfeito e deixou de sê-lo. Pode? Sim, pode.
Maturidade é um conceito curioso, mágico até. Porque sugere perfeição, algo acabado, pronto, mas também aperfeiçoamento. No final, sua melhor definição é quase um paradoxo: perfeição em evolução. Nada mais humano, concluo. Ao longo da vida, assumimos papéis diversos e ansiamos por saber responder aos desafios de cada etapa, mas a boa resposta de agora pode não servir mais adiante. Assim, a perfeição de uma criança talvez não caiba a um adolescente e vontades de um jovem de 20 anos talvez não prestem a um octogenário. No entanto, todos eles podem ser maduros à sua maneira. E nem sempre o mais velho amadureceu mais, como atesta Waldemar. Maturidade não se acumula com o tempo.

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